Papo com Especialistas propõe reflexões sobre saúde mental no mundo do trabalho

Quais são as tendências quando se fala em saúde mental no mundo do trabalho? Para quais caminhos precisamos nos preparar? Que ensinamentos a pandemia nos trouxe em relação ao cuidado emocional dos trabalhadores?

Com essa perspectiva, o “Papo com Especialistas” apontou as tendências baseadas em diversos estudos compilados e apresentados pelo coordenador de Inovação do SESI/RS, Fernando Rosa. A live foi mediada pelo vice coordenador da Comissão de Saúde e Segurança Ocupacional, Joaquim Feijó.

De acordo com Rosa, o estudo das tendências promove um olhar em médio e longo prazo para a implementação de estratégias nas empresas. Das mais de 80 tendências observadas, cinco merecem mais atenção.  São eles:

A era do cuidado

Rosa defende o diálogo e abertura de espaços de escuta dentro das organizações. “É claro que todos nós temos uma história de pandemia para contar e como ela nos impactou”, observa. Contudo, o olhar deve estar direcionado também para os cuidadores, ou seja, aqueles profissionais responsáveis de áreas como o RH, o SESMT, entre outros. “Nas empresas, os funcionários estão sendo avaliados pelo seu desempenho, mas é momento também de humanizar as relações”, destaca.

Ranking

O Brasil ocupa o primeiro lugar em prevalência de transtornos de ansiedade, sendo que no ano de 2020 foram registrados 576 mil afastamentos decorrentes de transtornos mentais e comportamentais, um aumento de 26% em relação à 2019. Ainda conforme Rosa, 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico de depressão.

A nova busca do propósito para o trabalho

Nesse período de pandemia e pós-pandemia uma onda de profissionais solicitando desligamento, um movimento chamado de grande renúncia foi percebido nos Estados Unidos. A  McKinsey & Company,  empresa de consultoria empresarial americana que aconselha empresas, governos e outras organizações apresentou um estudo sobre quais são os principais fatores para a falta de um propósito no local de trabalho, entre eles, estão líderes indiferentes ou pouco inspiradores, falta de flexibilidade no ambiente de trabalho e a falta de suporte em saúde e bem-estar.

Recrutamento de talentos mais difícil de todos

De acordo com Rosa, o momento atual é considerado por alguns recrutadores como o mais difícil de todos, não apenas porque as empresas estão competindo entre si, mas com tudo o que as pessoas querem fazer da sua vida fora do emprego formal. Ao mesmo tempo, grandes empresas estão passando por uma mudança de marca que busca mudar as políticas para atender às necessidades atuais. Essas mudanças sinalizam um novo respeito ao bem-estar dos funcionários e qual o grau de empatia pelos empregadores.

Geração Z

A geração Z foi a primeira que nasceu em um ambiente completamente digital (final da década de 90 até 2010), no Brasil este grupo representa 24% da população.  “Neste sentido eu pergunto, quais são suas aspirações de carreira, desenvolvimento, estilo de trabalho, postura diante da diversidade?”, questiona.

Revolução das habilidades para o trabalho

A medida que a revolução digital avança, a forma de acompanhar esse ritmo é aprimorar a força de trabalho. “Essa necessidade de requalificação constante pode ser algo já bastante batido, mas continua sendo uma tendência”, destaca. Durante a apresentação, Rosa apresentou um estudo que aponta 24  habilidades que devem ser desenvolvidas com a ajuda das empresas, dentre elas estão o pensamento crítico, a criatividade, a persistência, a responsabilização, a integração, o empoderamento, entre outras.

Bem-estar das gerações futuras

A saúde mental da próxima geração é a quinta importante tendência assinalada por Rosa. Neste sentido ele entende que as empresas também são um espaço para reflexões estratégicas e quais debates podem ser promovidos sobre a relação pais e filhos pensando no bem-estar das gerações futuras.

O Papo com Especialistas é uma atividade promovida pelo Simecs com patrocínio da Humana Saúde Sul, Dell Technologies e Sicredi Pioneira.