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Artigos 07/06/2022

ESG, a hora é agora

*produzido por Leandra Paganella - Coordenadora do Sistema de Gestão Integrado - Qualidade & Meio Ambiente Legrand - Integrante Comissão Meio Ambiente SIMECS

O ESG é uma sigla proveniente do termo em inglês “Environmental, Social and Governance” e traduzindo para nosso português diz respeito a critérios ambientais, sociais e de governança corporativa que formam assim o tripé da sustentabilidade, são os três pilares que visam garantir a integridade do planeta e melhorar a qualidade de vida e para as futuras gerações.

 

Situação atual

As emergências climáticas, a degradação ambiental, o esgotamento de recursos naturais, e outras séries de fatores que acompanhamos no dia a dia nos diversos meios de comunicação, traz à tona a urgência de medidas que minimizem os impactos negativos ao ecossistema. Na relação com as pessoas, precisamos desenvolver uma sociedade mais justa, mais inclusivas com a finalidade de diminuir as desigualdades. Há a necessidade de uma governança mais fortalecida e com novos modelos de governança local e global agindo com transparência e responsabilidade. Estes são os principais fatores que comprovam a necessidade de acelerarmos os esforços empresariais para a sustentabilidade.

 

O que deve ser feito

 Não estamos mais na fase de nos questionarmos por que implementar o ESG e sim como fazê-lo, as organizações que planejam fazer a diferença e contribuir com a sustentabilidade devem observar que eliminar as externalidades socioambientais não será mais suficiente para conter as emergências climáticas e os impactos descritos anteriormente, devem sim focar em medidas regenerativas com impactos positivos para as comunidades e ecossistema e assim tornar as empresas sustentáveis.

Quando falamos em medidas regenerativas nos referimos em minimizar o uso de recursos que não podem ser recuperados e em não utilizar recursos mais rapidamente do que a recuperação deles pela natureza. Exemplos muito simples de ações regenerativas podem ser vistos em uso de energias renováveis como o sol e o vento, modelos de reuso de água e captação de água da chuva, reduzir volume de resíduos enviados para aterros, economia circular que reaproveite resíduos como insumos nos processos fabris, entre várias alternativas.

Em relação aos projetos sociais, já vistos como necessários, devemos ir além, em conjunto com a sociedade vizinha desenvolver um modelo econômico sustentável e verificar qual é a real necessidade da sociedade ao invés de programas e doações que podem ser menos importantes do que a necessidade do momento. Promover a igualdade de oportunidades e diversidade e assegurando que eles estejam devidamente incluídos na organização, onde há uma boa diversidade há mais engajamento, há mais colaboração e com relações mais saudáveis pois os ambientes são mais leves e plurais, além de tudo, a diversidade atrai muitos talentos fazendo assim com que a organização seja mais inovadora. Visto desta forma, a diversidade se torna um fator estratégico sendo um diferencial de mercado.

A Governança tem um importante papel de olhar sistêmico e visão de interdependência, colaboração, tecnologia disruptiva que proponham ações sustentáveis e requer acima de tudo uma liderança ética, cuidadosa e transparente.

 

Partes interessadas

O mercado de capitais, apoiado aos pilares do ESG, impõem para as empresas a assumirem compromissos do tamanho de suas pegadas, para que assim possam contribuir com medidas que reduzam os nossos impactos sociais e ambientais ao mesmo tempo que fortalecem as nossas organizações. Os stakeholders passam a levar em conta práticas como:

Ambiental: compromisso da empresa com redução de desperdícios, emissão de gases carbonos, ações em prol da reciclagem, reutilização de materiais e insumos, cuidados com a poluição do ar, solo e da água, o posicionamento da empresa em relação às questões das mudanças climáticas e a logística reversa de produtos;

Social: ações em prol da diversidade e erradicação de discriminação, assédio e diferença salarial entre gêneros, ações visando beneficiar a comunidade local, benefícios corporativos além do salário; programas de treinamento e desenvolvimento, cuidados com a saúde dos colaboradores e a relação com os fornecedores.

Governança: São analisadas questões como: transparência financeira e contábil, gestão de riscos, práticas anticorrupção, independência, diversidade e equidade no conselho, responsabilidade fiscal, garantia dos direitos dos acionistas.

 

Implementação

O primeiro passo é estudar e compreender os critérios e práticas do  ESG, ter um conhecimento sobre o tema é importante para que a estratégia seja implementada de forma integral e sustentável na organização .

Designe uma equipe colaborativa para coordenar e animar os tópicos com representantes de diferentes áreas e que sejam os responsáveis por trazer os riscos dos pilares social, ambiental e governança, e auxiliar no levantamento das melhores iniciativas estratégicas. Entender quais são os riscos e consequentemente os impactos que o seu negócio pode gerar, quais são os fatores externos que impactam o seu negócio no presente e que podem impactar no futuro.

Após o levantamento e seleção dos principais riscos, que podem ter um baixo, médio ou alto impacto, é começar o levantamento de prioridades, uma etapa de medição do impacto na operação com a estruturação de uma agenda criando um cronograma de implementação, objetivos e formas de mensurar o resultado de cada uma dessas práticas.

Todas estas etapas devem estar ligadas diretamente ao planejamento estratégico e orçamentário para que haja a viabilidade de concretização.

Quando falamos em Planejamento Estratégico da empresa estamos falando em Planejamento de Sustentabilidade, é a mesma coisa, eles estão interligados. O objetivo do PE é que a organização cresça, evolua no mercado trazendo bons frutos, bons resultados e de forma segura, ou seja, os mesmos objetivos do ESG, precisamos crescer de forma sustentável.

O ESG é a visão do futuro, precisamos de mudanças urgentes para a nossa sobrevivência e a chave de sucesso para a organização está em um bom Planejamento, revisitado frequentemente, com acompanhamento de prazos e com planos de ação quando os mesmos não estiverem sendo atendidos.

 

Conscientização

É muito importante que ocorram ações de conscientização relacionadas ao ESG a todos os colaboradores. Esta iniciativa facilita a implementação das estratégias e cria uma consciência coletiva sobre os benefícios que o ESG pode trazer para a organização, para a sociedade e para o meio ambiente.

Além disso, contar com os colaboradores contribui para que as práticas sejam mantidas ao longo do tempo, que seus benefícios se perpetuem e que os colaboradores se sintam pertencentes aos projetos.

“ESG é uma cultura, é mais que um conjunto de práticas, e com o apoio, engajamento, bons exemplos, e muito trabalho em equipe, o resultado é garantido.”

 

 

 

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